quinta-feira, julho 17, 2008

Pergunta recebida de um aluno.

"A força de atrito sempre irá causar um trabalho resistente. Mas no caso de uma situação de arrasto, onde temos um corpo qualquer em cima de uma folha e essa folha é puxada rapidamente ?"


Bem, vamos analisar a situação:
Temos uma folha de papel sobre uma superfície plana. Sobre a folha um objeto.
Puxando rapidamente a folha podemos retirar a folha sem mover o objeto.
Vamos supor que a folha foi puxada para a direita.
No referencial da superfície de apoio (que podemos supor fixa em relação à Terra) o objeto não se move, no caso ideal pois na prática move-se um pouco.
No referencial da folha de papel quem se move são o apoio e o objeto, ambos para esquerda.

Analisando então a força de atrito:

No referencial do apoio (ou seja, da Terra):
A força de atrito do objeto sobre a folha é orientada para esquerda.
A força de atrito da folha sobre o objeto é orientada para a direita.
No entanto essa força de atrito age por um intervalo de tempo muito curto. Assim o objeto, mesmo sendo puxado não vai se deslocar de forma perceptível, pois ao mesmo tempo em se desloca para a direita, ele cai de uma altura igual à espessura da folha de papel. Ao "cair" essa altura, o objeto toca o apoio, onde há nova força de atrito que o faz parar.

No referencial da folha de papel:
Como eu disse, nesse referencial, o apoio e o objeto se movem para esquerda.
Sobre a folha de papel existem duas forças de atrito. A força de atrito da superfície e a força de atrito do objeto - ambas agem para esquerda. Veja bem, as forças de atrito sobre a folha têm o mesmo sentido do movimento do apoio e do objeto.
Sobre o objeto existe uma força de atrito para direita - sentido oposto ao do movimento.
Sobre o apoio existe uma força de atrito para direita - sentido oposto ao movimento.

Portanto independente do referencial que você decida analisar o problema a força de atrito da folha sobre o objeto tem sentido para direita e a força de atrito do objeto sobre a folha tem sentido para esquerda. Portanto podemos continuar afirmando que a força de atrito tem sentido contrário ao do movimento relativo.